06 dezembro 2006

Estupefacto


Alguns dias é mais complicado lidar com os limites. Primeiro os meus, por aquilo que, por mais que pense e me esforce, não consigo atingir na plenitude que desejo. Caminho para lá, e só o desejo de olhar para a meta me leva como essa mão invísivel que sabe melhor que eu mesmo para que coisas sou criado.

Há depois estes limites da rua. Aqui por Roma é tão comum ver imagens de crianças assim. E não se pode fazer muito, nem sequer entendo o seu mundo, o que está por detrás das histórias familiares. E depois, mais fundo, o que está por detrás da História da Humanidade, perfeita e criada para ser plena no Amor. Mas à nossa volta tudo parece ser tão impossível...

Estes olhos que contemplo, como tantos outros, de todos os dias, são verdadeiramente os olhos de Deus que vem até nós, e que celebramos neste tempo de Advento. Mas parece tão fácil este discurso... Porque é que preparo uma Vi(n)da que salvará tudo, quando, depois do Natal, não vou deixar de ser confrontado com os mesmos olhares?

Acredito que seja um convite à minha não-tentativa-de-tentar-perceber. À minha humildade. No fundo, existe o mistério de Deus, nascido, morto e ressuscitado por mim. Apesar de tudo. Estes olhares são o mistério mais profundo de Deus-no-mundo. Apesar de tudo.

3 comentários:

Anónimo disse...

obrigada pelo elogio... gostei da forma como descreve o "esvaziar o coração" ^^ enfim... o q escreve no seu texto é algo q por vezes esquecemos: q Deus revela-se através desses olhares.

um beijinho

e continuação!

J disse...

Esses olhares que nos tocam, que nos fazem pensar, que nos comovem, são O Olhar de Deus, de Amor por cada um de nós.

Beijinhos

An@ disse...

"(...)Mas à nossa volta tudo parece ser tão impossível...(...)"

Como te entendo quanod falas dos olhares que não entendes o que lá está dentro; da vontade de fazer qualquer coisa, não saberes o quê nem como mas... desejares fazer alguma coisa; ... fizeste lembrar S. Tomé e aquela conversa que tivemos sobre mudar pequenas coisas nos espaços/lugares por onde passamos...às vezes, custa superar aquela ideia de "estarei a fazer realmente alguma coisa?"* uma questão que nos irá acompanhar sempre...

* * *beijo

 

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