14 julho 2009

Com abundância

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E finalmente, consigo o tempo e espaço exteriores para poder partilhar aqui os dias deste fim de semana. No Sábado, dia 11, fui ordenado no Carmelo de Fátima, onde tenho uma irmã Carmelita, por imposição das mãos do Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto. E na presença de tantos familiares, companheiros jesuítas, sacerdotes da minha Diocese, e amigos da minha terra natal e dos sítios por onde fui passando. No dia seguinte, no Domingo, foi a minha Primeira Missa, na Igreja onde me baptizei, fiz a primeira comunhão e me crismei, em Idanha-a-Nova.

Tenho apenas duas palavras que poderiam resumir de alguma forma o que senti nestes dias, apesar de ainda me ser difícil expressá-lo: Apresentado e Abraçado.


A minha irmã Margarida canta as ladainhas durante a prostração.

Apresentado na celebração da minha ordenação, onde me disponho diante de Deus para o que for, onde me sinto receber uma graça que não consigo tomar conta por mim mesmo, a não ser pelo extraordinário Poder que me é dado de ser Padre. Sinto-me herdeiro de uma promessa e uma benção, um Bem feito de mim para os outros.
Abraçado na minha terra natal, por uma igreja cheia de gente, com tantos rostos da minha infância e de tantos amigos que viajaram muito para estarem presentes. Uma experiência de ser acolhido na alegria e na simplicidade e não poder fazer mais nada do que dar-me conta que este é o meu novo lugar. Uma alegria indescritível.
Na celebração da Primeira Missa, na minha paróquia.

Muitas vezes pensamos que não estamos à altura dos momentos. O facto é que nunca estamos completamente preparados para a Grandeza que somos. O momento em que isso se manifesta em toda a sua Luz e Presença faz-me acreditar com toda a certeza na nossa Bondade e na nossa Beleza. Não nos podemos nunca esquecer da maravilha que somos.

Agradeço a todos as orações, a amizade a presença amiga feita em tantos modos. É uma responsabilidade sentirmo-nos entregues. Obrigado! =)

04 julho 2009

Espera e simplicidade

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Nos dias que antecedem momentos grandes da nossa Vida, costumamos sentir alguma ansiedade, para que tudo corra bem, para que estejamos à altura do momento, que seja o melhor dia das nossas Vidas.

Mas é curioso que acabo por pensar que um momento bonito e especial é uma continuação, um continuar a caminhar, um começo mais que uma chegada. É chegar a uma nova paisagem sem ter nada conhecido, mas estar aberto a uma surpresa que ultrapasse todos os cálculos, aquilo que é previsto ou suposto.

É com os pequeninos que se aprende a saborear aquilo que a Vida nos dá e a forma como somos construídos em luz, amor e generosidade. É maravilhoso dar-se conta de como somos privilegiados, como nos é dado tanto mais do que merecemos e como nos resta aceitar com olhar feliz aquilo que acontece.

03 julho 2009

Pela janela

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Quando queremos, somos capazes de olhar de um modo verdadeiramente transformado. Tenho sempre imenso medo da rotina, porque tira a novidade dos nossos gestos. Os nossos dias são cheios de surpresas e oportunidades de alargarmos o nosso mundo. Hoje fiz uma viagem de comboio. Poderia ter passado o tempo a dormir ou a ler alguma coisa.

Mas fiquei a olhar pela janela e fui vendo paisagens, casas, pessoas, vidas que continuam depois de ter cruzado o olhar com elas. Poderia ter sido um olhar desinteressado, ou um olhar de coração. Vidas que vão trabalhar, que encontram a família em casa, que terão tantas preocupações.

Cada aspecto das nossas paisagens dá-nos a possibilidade de entrar num mundo onde a nossa energia pode entrar em sintonia. Querer ficar fechado nos próprios pensamentos e nas próprias ocupações é ficar na mesma. Certamente não mudei nada na vida das pessoas com quem cruzei o olhar esta manhã. Mas fiz uma oferta da minha bondade por elas, uma oração. E isso já não me pertence. Mas cheguei mais longe, fiz-me mais presente.
 

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