03 julho 2009

Pela janela


Quando queremos, somos capazes de olhar de um modo verdadeiramente transformado. Tenho sempre imenso medo da rotina, porque tira a novidade dos nossos gestos. Os nossos dias são cheios de surpresas e oportunidades de alargarmos o nosso mundo. Hoje fiz uma viagem de comboio. Poderia ter passado o tempo a dormir ou a ler alguma coisa.

Mas fiquei a olhar pela janela e fui vendo paisagens, casas, pessoas, vidas que continuam depois de ter cruzado o olhar com elas. Poderia ter sido um olhar desinteressado, ou um olhar de coração. Vidas que vão trabalhar, que encontram a família em casa, que terão tantas preocupações.

Cada aspecto das nossas paisagens dá-nos a possibilidade de entrar num mundo onde a nossa energia pode entrar em sintonia. Querer ficar fechado nos próprios pensamentos e nas próprias ocupações é ficar na mesma. Certamente não mudei nada na vida das pessoas com quem cruzei o olhar esta manhã. Mas fiz uma oferta da minha bondade por elas, uma oração. E isso já não me pertence. Mas cheguei mais longe, fiz-me mais presente.

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