07 novembro 2006

O Menino que queria ser Poeta


Era sempre o esforço de todos os dias. Fazer cada dia uma coisa nova, procurar ser original, surpreender aqueles que o acompanhavam. E conseguia-o muitas vezes, o que ainda mais o confirmava nesta opção de vida, ser o Sr. Novidade.

O facto é que aos poucos se começou a cansar. Sobretudo quando via que tinha cada vez menos paciência para as coisas pequenas do dia a dia. E quanto mais ia pensando nisso, menos energia tinha quando se levantava de manhã da cama. E a fonte da criatividade começava a secar, pensava ele, nos momentos inspiradores de pôr do sol ou de lua cheia.

Estava a deixar de ser menino e queria ser poeta. E tinha toda a sensibilidade para isso, papéis de paisagens coloridas e memórias de desenhos tão completos. E uma caneta de inspiração que o podia fazer escrever as linhas mais belas da literatura mundial.

Faltava-lhe só a força para olhar as suas mãos e perceber o que podia fazer com elas. E as mãos não se perdiam em papéis, mas pediam-lhe Corações e Vidas.

Foi só uma questão de arrumar a escrivaninha. E sorrir para quem encontrou ao sair da porta de casa. E não foi nada fácil este primeiro passeio ao Mundo Humano. Mas regressou cheio de ideias para o seu próximo livro.

2 comentários:

An@ disse...

Gostei da história do menino :)

Anónimo disse...

Só se pode ser querendo e crendo. Quanto nos ensinam os mais pequeninos, sobretudo pela sua autenticidade e persistência.

Obrigada pela partilha.

Que tenhas um dia muito feliz e reconfortante.

 

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