11 fevereiro 2007

Regresso


Naqueles dias de certezas. Em que se passa pela porta de casa e se entra num quarto composto para o que sempre lá estava escondido. Iluminado pela luz quente de ter encontrado o que há tanto tempo se esperava.

Sentado na calma de um tempo que passa devagar, sem doer...

Num voo certo perante as dúvidas do que me foi afastando de Ti, ser mais conduzido que perdido. Pousar finalmente no abandono de quem chegou à Terra e vem para ser salvo. Com poucas palavras para exprimir o que significa isto de ser de Outra Pessoa, e como a raiva de ser sozinho só escurece a luz que tantas vezes não deixo que me ilumine.

E só esta luz me pertence, me entrega, me faz Santo.

4 comentários:

Anónimo disse...

Passei por aqui e vou escrever aquilo a que me sinto impelida:
«O justo viverá pela fé»! É pela fé em Cristo Jesus que somos justificados e que com Ele nos unimos ao Pai no Espírito. Humildade, abandono e coragem... para se deixar conduzir por esse Braço forte, por essa Luz que muito secretamente ilumina, por essa voz que no silêncio da consciência ecoa, pelo Amor que passa tão discretamente e tão delicadamente como a brisa suave..., mas que permanece! Esse Jesus que todos os dias mostra a sua humildade e pequenez, apesar de se Grande; esse Jesus que tem sede do nosso amor, de uma entrega a Ele sem limites, de um seguimento a Ele fiel que brota do amor e que é resposta a esse mesmo amor fidelíssimo do nosso Deus. «Somos de Outra pessoa», como o diz, de Alguém que nunca se ausenta, se afasta (o homem é que se esconde, e se Ele se esconde - aparentemente - é para que mais O procuremos, não é verdade?) mas que sempre está presente para iluminar as trevas da nossa ignorância e para mais Se dar, mais "Se entregar e mais santificar" (fazendo minhas as suas últimas palavras!)

Um bem-haja pela partilha!

Se me permite dizer: não gostei do que anteriormente publicou...

Em Cristo Jesus

António Valério,sj disse...

Obrigado pelo comentário! De facto, a relação com Deus é algo que nunca podemos dizer que está concluída, ou que sabemos tudo o que se passa. Muitas vezes sentimos este paradoxo da presença sempre sempre contínua de Deus e do nosso afastamento. Tenho sentido que quanto mais Deus está presente, mais se torna difícil de o explicar com palavras e mais sentimos a nossa falta de resposta à Entrega d'Ele. O Regresso que eu posso fazer é reconhecer a minha pequenez amada, que é tão capaz de me moldar à luz do conhecimento de Cristo.

Não cheguei a perceber do que não gostou daquilo que escrevi antes. Reconheço que por vezes tenho um modo de escrita difícil, e também por vezes exprimo estados de alma que são reflexo de um dar conta que muito ainda temos para fazer, mas se for preciso algum esclarecimento, estou disponível. Com amizade em Jesus

Tiagonçalves disse...

Boa tarde António Valério,se existe alguém a quem tenho de agradecer a minha entrega a Deus neste momento, esse alguém és tu...
Este último fim de semana fui animar o café de 10º ano, e foi me proposto fazer a oração de um dos dias do café. Durante o fim-de-semana, rezei muito por ti e relembrei aquilo que fizeste por nós, no curto tempo que por cá passaste..
Gostaria de partilhar contigo, o texto para a oração que fiz.




"Ser Simplesmente EU … !!!

Muitas vezes, abrir mão à eternidade, leva-nos inevitavelmente ao sofrimento. No entanto, é melhor sentir dor, amor, frustração, ternura, decepção, carinho e cumplicidade, do que passar a eternidade sem sentir nada.
Hoje decidi fazer algo novo. Decidi ouvir o som abafado do meu sussurro e entender que algumas coisas são inexplicáveis e permanecerão para sempre inseguras. Assim, o meu coração rendeu-se ao silêncio e pude perceber que há, também muitas outras coisas que podem ser lançadas no mar do esquecimento e essa atitude mudar definitivamente a história da minha vida…
Olhei-me, atentamente, pela primeira vez e vi-me como realmente sou. Olhei-me sem preconceitos… sem mascaras… sem desculpas. Desnudei-me de mim mesmo e o meu coração levou-me a um encontro com Deus!!!
Pude perceber que me tornei especial, e isso significa perceber que sou passível
de errar e que, mais importante que isto, não preciso de ter as respostas todas. Percebi que tenho falhas, áreas escuras, desejos ocultos, fraquezas que não podem ser confessadas e medos, muitos medos. Mas ao encontrar-me com Deus, rasguei-me por dentro, percebi que viver no contexto da eternidade, significa nada sentir… significa considerar-se infalível… cheio de arrogância… achar-se acima do bem e do mal… ser intolerante… julgar as pessoas pelas suas falhas… não ser compassivo e chegar ao extremo na busca pela perfeição.
Podemos pensar que há um alto preço a pagar pois iremos cometer erros… iremos ter decepções e iremos sofrer. Mas, no entanto, seremos mais tolerantes… mais compreensivos… menos arrogantes… mais puros e livres e assim conseguir e saber AMAR, de uma maneira mais plena e natural, e esta sim será a minha inteira e eterna busca."


Um eterno e imenso abraço de alguém a quem tu deixaste "um enorme Pedacinho de Deus"

À espera do teu regresso

Tiago Gonçalves

António Valério,sj disse...

Tiago! Bem, que alegria o que me dizes e o que escreves! És grande! =) De facto, vou-me dando conta com o passar do tempo, que o meu esforço em levar as pessoas a Jesus, aquelas com quem trabalho, é diminuto em relação aos frutos que Deus faz crescer. Fazes-me feliz na tua opção pela eternidade vivida na humildade de quem procura. Fica bem! Um abraço muito amigo e até um dia!

 

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