07 maio 2008

Não se dá o que não se tem


Às vezes, as frases repetidas fazem muito sentido. Vivemos espontaneamente fora de nós, procurando oportunidades de realizar aquilo que sonhamos, de cultivar e cuidar as nossas relações, de fazer aquilo que gostamos e também aquilo a que a Vida nos vai obrigando. E apetece ficar em casa para não apanhar muita chuva, nem sentir o desconforto do que há para fazer e não apetece muito.

Mas continuamos a olhar para fora. O que em si é bom, porque ficar parado dentro de si a cultivar o bem-estar espiritual possível, acaba por nos trazer pouca luz.

Pelo contrário, se o nosso estar em casa é marcado por momentos de verdade que dizem de nós próprios aquilo que nos agarra por dentro, ficamos unidos a qualquer coisa que tem a ver com a profundidade dos nossos gestos fora de nós. Não nos podemos dar verdadeiramente, se primeiro não formos capazes de nos entregar ao que somos e temos entre mãos. Aí sabemos os nossos tesouros e o modo perfeito de os oferecer ao mundo.

3 comentários:

Di disse...

É incrivél como consegues escrever sempre melhor e fazer-te chegar ao nosso coração (e a Ele também). Descobrir-nos a nós próprios é meio caminho andado para chegar ao outro. Não somos muito diferentes assim. A capacidade de compreender o outro e conseguir ver como ele depende muito do que conhecemos de nós.
Agradecida!!!

Anónimo disse...

nao intressa a palavra muito rebuscada ou as frases complicadas que as vezes so complicam o que é tao simples. eu acho que o que é importante é o meter a mao na massa, deixar de lérias e o que vale é o bem que fazemos. Muita parra e tao pouca uva às vezes. eu acho assim, nao é. missao...

António Valério,sj disse...

Sim, também acho o mesmo... às vezes as palavras são desculpas para não agirmos, mas também podem são desculpas para andarmos às voltas sem encontrar coisas verdadeiras. Como tudo, o equilíbrio está numa imagem verdadeira de nós e naquilo que sabemos sobre a nossa capacidade de amor. Que vai sendo posta em prática, claro, mas que é também o nosso ponto de partida, para não fazermos gestos vazios. Obrigado pela visita!

 

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