21 maio 2008

Aquilo que somos



Hoje, como vinha sozinho no metro, tive tempo para ir olhando o que estava à minha volta. Fiquei impressionado com as histórias escritas nos rostos e nas roupas das pessoas. Uma cidade como Roma tem uma diversidade enorme de raças e culturas. Uma senhora romena folheava o jornal da sua língua ao meu lado, à frente uma rapariga com uma expressão muito curiosa, quase seria óbvio ser obrigado a tirar uma fotografia.

O metro pára numa estação, saem pessoas e entram outras... no espaço de 20 minutos a carruagem torna-se um desfile de mundos e viagens, de desejos e lutas. É curioso como nos passam diante dos olhos em tão pouco tempo uma riqueza enorme que não se consegue ter toda.

Somos também aquilo que os outros vêem em nós, e transmitimos aquilo que pensamos, aquilo que vivemos, o que nos enche e esvazia a alma. Um olhar com luz é maravilhoso, um rosto desiludido aperta o coração. É um desafio grande este de poder falar de coisas importantes sem dizer nenhuma palavra. Já me aconteceu esclarecer dúvidas em relação a algum aspecto da minha vida por ter contemplado aquilo que procurava no rosto de alguém.

1 comentários:

Rosa disse...

É um dos meus exercicios habituais quando me cruzo na rua ou em qualquer outro lugar, olhar as pessoas e tentar descobrir pelo rosto o que lhes vai na alma.
E é como diz, António, transmitimos quase sempre o que pensamos e o que sentimos.
E a uma conclusão que cheguei, é que a maioria dos rostos com quem nos cruzamos é de gente triste, preocupada, apressada, alheada de todos e de tudo o que os rodeia. Como se vivessem sem esperança.
Como se constantemente fugissem de algo.

R.I.

 

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