19 março 2009

Pessoas grandes



Ontem, foi para o céu o P. Amadeu Pinto, jesuíta português, que estava neste momento a desempenhar as funções de director do Colégio S. João de Brito, em Lisboa. Para além de muitos anos dedicado ao trabalho de direcção em colégios, fez ainda bastante trabalho na área social, após a sua ordenação, e foi também o superior dos jesuítas portugueses, entre 1999 e 2005. O meu contacto com o P. Amadeu deu-se sobretudo a nível das conversas que fui tendo com ele, e dos destinos que me deu, como Provincial, quer para o trabalho do magistério, quer para a teologia. É, por isso, um companheiro que marcou muito aquilo que sou hoje. As suas decisões marcam o rumo da formação, as relações que encontrei, os modos como fui crescendo como pessoa e como jesuíta...


A morte de alguém que é importante para nós traz sempre uma sensação de vazio, uma experiência de vida que deixa de ter uma referência física, visível. É também o desafio a ir além do que vemos e tocamos e passarmos para o nível mais profundo do agradecimento e da saudade. E, porque não, da alegria e da coragem. Quem conheceu o P. Amadeu, certamente não poderá deixar de sentir que esta é a melhor atitude perante a Vida e o que acontece, mesmo a fragilidade, a doença e a morte.


Por estar fora de Portugal, não estive com o P. Amadeu durante o tempo da sua doença. Mas chegavam-me muitos ecos da força e da determinação que nunca o abandonou. Sobretudo da fé e confiança em Deus, de aceitar o fim da Vida com uma serenidade e alegria impressionantes. Quem o conheceu, não estranharia a sua atitude. Sempre foi um homem grande e forte, em todos os sentidos. (os seus firmíssimos apertos de mão e as sólidas pancadinhas nas costas são inesquecíveis!) Nisso foi sempre um exemplo e continua um estímulo a nunca desistir. Será esta a forma que mais me sinto motivado para agradecer a vida do P. Amadeu: ser mais como ele...


Rezemos pelo P. Amadeu e por nós, em agradecimento e atitude de entrega. Por tudo, Obrigado!

6 comentários:

Anónimo disse...

Precisamos rezar pelo P. Amadeu? ele esta no ceu, não precisa rezar por ele, só se rezar significar trazê-lo até nós, sentir outra vez um firmissimo aperto de mão, uma sólida pancadinha nas costas, será?
Hoje quero rezar pelos pais especialmente por aqueles esquecidos em lares ou ate nas suas proprias casas, e que o Pai de nós todos nos cubra de bençãos.

Muito obrigada pelo blog, é uma fonte de agua pura

Ni disse...

É-me difícil enteder a morte... vislumbrar conforto no lado eterno da Vida.
"Trabalho" com a ciência e vejo a dor do fim da vida... e confunde-me, mas alegra-me e acalma-me, a tranquilidade na entrega total a Deus quando a ciência já nada pode fazer.
É impressionante a (cons)ciência da Fé.

Rezo... por todos os que são eternamente exemplo.

Aprendiz de Viajante... disse...

Devo acrescentar algo que ouvi em miúdo, quando em 1990 ele foi director do INA: "Sede bons, fazei o bem, bem feito!"

um abraço Valério

Anónimo disse...

...sem dúvida, agradecer. Agradecer o privilégio de ter conhecido tamanho exemplo de vida e agradecer a esperança e força que ele nos trouxe. Fica o gosto do "peso" da sua mão.

disse...

As tuas palavras aproximam e reconfortam todos aqueles por aqui passam... Obrigada por tornares visivel a Fé... Um abraço de flores!!!

tchi disse...

Um coração de bondade a enriquecer o céu.

Ad Aeternum Padre Amadeu.

 

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