20 janeiro 2009

Procurar a alegria



Depois de algo muito importante ter acontecido, algum momento que nos tenha preenchido a alma de modo quase total, temos dificuldade em regressar ao chão que pisamos todos os dias. Imagino uma festa preparada durante meses, em que tudo está pensado, e chega o momento da alegria de encontros, música, trocas de palavras que tragam o vento e as flores de outros tempos.

E quando termina, encontramos de novo a nossa casa vazia, desarrumada, com os restos de alegria ainda espalhados pelo chão, ou perdidos entre peças de mobiliário. O nosso espaço fica marcado por uma espécie de desarrumação desejada, e já carregada de nostalgia.

E vivemos entre coisas banais e desejos de sublime. Não seria inteligente esperar que a nossa vida fosse uma casa arrumada e programada, precisamos de espaços de festa, os momentos desejados em que arriscamos perder o comum para encontrar a novidade. A maior inimiga da nossa capacidade de nos surpreendermos é a rotina. Por isso, devíamos procurar a alegria que podemos construir, viver dela, antes e depois que aconteça; desejá-la e procurá-la é já uma forma de a viver.

1 comentários:

Carl@ Mesquita disse...

... entre dias mais duros ou claras manhãs. A alegria é o braço deste ombro, que acolhe e desperta a força de resistir ou de surpreender... uma construção em cada dia a um passo de cada vez.

Grande xi-abraço;)

 

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