02 dezembro 2008

O que se mostra de nós

Hoje numa aula, um professor fez algo que me fez pensar...mostrou uma série de imagens de publicidade de roupa e mobiliário, coisas bonitas e sofisticadas. E era um convite a olhar a expressão dos modelos: e de facto, dei-me conta que raramente aparecem caras muito felizes. Aparecem muito mais caras de orgulho, aborrecimento, um tédio elegante, sensualidade, desinteresse, solidão, despreocupação. E tudo isto envolto em roupas de marca ou sofás de pele.


São imagens que me tocaram porque eu próprio tenho um culto da aparência, o mostrar que se está bem por fora e como é importante passar isso para fora através do que visto ou do que faço. E o mais interessante é que estas coisas acontecem não de forma consciente, mas faz parte de uma espécie de código de bem-estar.

Aquilo que se mostra de nós, aparece de forma muito subtil, são cores fantásticas de mundos que, no fundo são bastante irreais e vazios. E muitas das nossas preocupações vão na direcção de ter um mundo de revista completo, mas que quando se vira a página, continua tudo igual, acabamos por não escrever nada de próprio na vida dos outros.

1 comentários:

disse...

Gostei deste post, pq me deixou a pensar na questão da Imagem. Eu que tb trabalho com imagens diáriamente... Obrigada pela possibilidade desta reflexão!
Um abraço amigo

 

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