Há várias formas de poder tocar e experimentar alguma da capacidade de nos maravilharmos. Em certos momentos da nossa vida, temos a impressão que soam em nós demasiados instrumentos e vozes, e nenhum deles é suficiente para expressar o facto de estarmos agradecidos, temerosos, apaixonados, desiludidos.
Sobretudo porque as emoções fortes são muito confusas e não deixam a nossa cabeça pensar em paz, e o nosso coração contemplar devagarinho. Por isso, a experiência de estarmos profundamente tocados, no bem e no mal, pela Vida exige tantas vezes mais do que aparentemente podemos estar dispostos.
E podemos talvez fazer duas coisas: ou ser mais um instrumento ou mais uma voz entre todos e ser arrastado no que me acontece. Ou arriscar um corte, um silêncio, que contraste com a força dos acontecimentos e ao mesmo tempo os conduza à sua verdade. A parte sublime da Vida acontece, quando estou disposto a deixá-la acontecer no meu silêncio, que lhe dê lugar.
0 comentários:
Enviar um comentário