09 janeiro 2007

Castidade


A Castidade é o voto que para mim significa a maior oferta. Exteriormente passa pelo não-exercício da sexualidade e da genitalidade, por não ter namorada ou não constituir família. Esta definição é a mais pobre de todas, por se definir como negação de qualquer coisa. É a que mais questiona as pessoas, e é sentir-se às vezes olhado quase como extraterrestre por isso, por ter esta idade e viver num mundo onde os afectos e a sexualidade são tantas vezes tão tristemente banalizados.

Uma aproximação mais positiva será que deste modo é possível estar mais disponível para qualquer missão em qualquer tempo e lugar, sem estar dependente dos encargos familiares. Ou que assim é possível ter maior diponibilidade de tempo e coração para os outros.

O núcleo da Castidade é muito mais fundo e misterioso. É o que me faz cair mais na conta de como o ser humano precisa de afecto, é afecto, vive para amar, e para ser amado. Não se constrói uma Vida entregue fechado numa couraça de privações ou auto-domínio, ou levado por um ímpeto quase irracional de salvar o mundo. A Castidade só pode ser vivida quando se experimenta o Amor em movimento total, que mexa com toda a minha pessoa.

É difícil explicar que o que me faz viver com alegria a minha castidade é a minha relação com Jesus. Não há argumentos para explicar o que quero dizer com isto. Tenho como a minha maior prova de fé e que Deus existe o facto que o meu amor por Ele é correspondido a um nível que ultrapassa o pouco que Lhe dou de mim mesmo.

E por Ele é que dou o meu coração. E por ele é que vivo a fragilidade da solidão. Por Ele sou capaz de abraçar e olhar com pureza, por Ele sinto-me forte em dizer que sou feliz. E por Ele é que amo com liberdade.

5 comentários:

Tiago Madeira disse...

Partilhas o que há de mais puro e bonito em ti. Não sei como te agradecer essa tua oferta, apenas a entrego a Deus todos os dias.
Abraço em Cristo,
Tiago Madeira

Anónimo disse...

É muito bonito "ouvir-te" falar assim sobre a castidade.

Grande abraço,

Carrolo

Anónimo disse...

É muito bonito "ouvir-te" falar assim sobre a castidade.

Grande abraço,

Carrolo

Anónimo disse...

António,

A castidade é dos votos que mais faz confusão às pessoas, talvez porque vivemos num mundo rodeado de consumismo, superficialidade e fútilidade.

É dificil para muitos entender, este voto esta entrega. Eu pessoalmente sempre procurei perceber, e fui aos poucos, caminhando com Ele, entendendo que este voto era certo, porque sem este, como seria a vida dos Padres? como seria a sua disponibilidade para ajudar os outros? Teriam sempre a familia atrás, e seria complicado.

Um dos textos que me fez entender melhor a castidade, foi do P.António Vaz Pinto, no seu último livro " A História de Deus comigo" acho que foi muito claro.

Um grande beijinho em Cristo

Anónimo disse...

Excelente partilha.

Acho que percebo quando diz "É dificil explicar que o que me faz viver com alegria a minha castidade é a minha relação com Jesus".

Bem haja por partilhar desta forma tão simples algo tão precioso.

 

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