Há poucos dias, andando no metro, aconteceu algo que é muito comum, mas que desta vez foi diferente. Entram dois músicos com acordeão, um senhor de meia idade e uma rapariga, perto dos vinte anos, que devia ser sua filha. Ela acompanhava-o no seu acordeão e ele tocava no outro. Impressionante. Via-se que eram emigrantes e que certamente, pelo menos ele, se teria dedicado à música, pois poucas vezes vi alguém tocar acordeão assim.
E o que mais me tocou foram os olhares deles. O Pai via-se claramente que gostava do que fazia e tinha um olhar feliz. A rapariga comovia. Porque olhava distraída para os lados, com um olhar tao triste. E tão contrastante com a melodia... Num momento, olhou nos olhos o pai e sorriu, como se encontrasse neles um motivo de conforto naquilo que ela certamente preferia não estar a fazer.
Acabaram a música, recolheram as moedas e, como o comboio estava quase vazio, sentaram-se os dois e o pai começou a ensinar uma música nova à filha. Muito bonita... e aprendida com carinho.
Custa-me tanto ver pessoas assim, artistas de alma a viver do que os outros podem dar enquanto correm para coisas inúteis. Aqueles olhares e aquela música, sobretudo a que se ensina, fez-me cair na conta de que um olhar pode ser tão verdadeiro e tão salvador, que é tão bom ser transparente, mesmo no desconcerto da Vida.
E o que mais me tocou foram os olhares deles. O Pai via-se claramente que gostava do que fazia e tinha um olhar feliz. A rapariga comovia. Porque olhava distraída para os lados, com um olhar tao triste. E tão contrastante com a melodia... Num momento, olhou nos olhos o pai e sorriu, como se encontrasse neles um motivo de conforto naquilo que ela certamente preferia não estar a fazer.
Acabaram a música, recolheram as moedas e, como o comboio estava quase vazio, sentaram-se os dois e o pai começou a ensinar uma música nova à filha. Muito bonita... e aprendida com carinho.
Custa-me tanto ver pessoas assim, artistas de alma a viver do que os outros podem dar enquanto correm para coisas inúteis. Aqueles olhares e aquela música, sobretudo a que se ensina, fez-me cair na conta de que um olhar pode ser tão verdadeiro e tão salvador, que é tão bom ser transparente, mesmo no desconcerto da Vida.
4 comentários:
gostei muito deste seu post. até porque costumo me emocionar, nem que seja um pouquinho, com cenas onde a verdade e o amor ressaltam a vista. São muitas vezes uma grande lição - o que Deus me ensina com isto?, é importante pensar assim.
Por vezes andamos perdidos e é só olhar para o Pai que retomamos o fôlego e a alegria - aquela de uma criança mesmo!
a vida pode ser dura, mas o amor vence sempre.
ainda não tive oportunidade ideal para lhe responder. estou em fase de mudança...
vim lhe avisar que tenho um post. espero que goste e que o saboreie.
Caríssimo amigo,
Como sempre leio atentamente os teus textos que tanto enriquecem o Blog bem como a nossa vida.
Parabéns acima de tudo pelos olhos que Deus te Deu porque foram os mesmo e só esses podiam ver esta linda história de Amor que conosco cruza todos os dias nas ruas, vielas e em especial no coração.
Obrigado, rezamos por ti!
António,
Já me aconteceu olhar para o meu redor, e ver Deus nas pequeninas coisas, no sorriso de pessoas como esse senhor, na música que tocava nos olhares que trocaram.
Obrigado por partilhar esses pequenos momentos e me fazer Ver com os Olhos d´Ele.
Um grande beijinho
António,
Já me aconteceu olhar para o meu redor, e ver Deus nas pequeninas coisas, no sorriso de pessoas como esse senhor, na música que tocava nos olhares que trocaram.
Obrigado por partilhar esses pequenos momentos e me fazer Ver com os Olhos d´Ele.
Um grande beijinho
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