Esperamos os tempos de confirmação dos nossos desejos segundo a nossa medida. Isto em relação quer à espera, quer aos desejos. A espera é um tempo vazio e lento, custa-nos não ter tudo pronto e tudo resolvido. Pergunto-me muitas vezes se a nossa condição é viver entre o que sou e o que quero ser, e para onde balanço as minhas energias. Tendemos para o futuro, esquecendo a riqueza presente, ou ficamos no presente, pregiçosos de um tempo futuro. Vamos alternando espaços sem os preencher completamente.
O desejo é o que preenche o vazio de uma espera. E um é o desejo que se esgota no presente, como um copo de água que mata a sede. E outro é o desejo que me movimenta e faz ir mais além como reencontrar um abraço depois de meses. Precisamos de desejos para sairmos de nós e direcção a novidades nossas, sermos qualquer coisa diferente e autêntica aos nossos próprios olhos.
Já a promessa é a parte do desejo que não me pertence. É uma oferta e um dom. É a maior surpresa, porque nada de prometido acontece da maneira prevista. Se cada um dos nossos desejos, pequenos ou grandes, estivesse marcado por uma promessa de que a felicidade acontece, hoje e sempre, o meu dia estaria mais completo.
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