São tantos os momentos em que ansiamos poder parar, descansar, reflectir sobre o que andamos a fazer, tocar a profundidade da vida. Contudo, se bem que as correrias normalmente não ajudam a ter tempo para isso, quando temos essa possibilidade assustamo-nos.
Porque é que o silêncio atrai e assusta? Não há nada mais desejado do que querermos ter a vida entre mãos. Talvez a nossa grande tentação seja estar à altura de todos os acontecimentos. Por isso, sabemos todas as notícias e estamos na crista da onda nas novas tecnologias de informação. Mas é tudo ruídos, e a vida corre à nossa frente, sem termos sequer a capacidade de levantar os olhos e as mãos e lhe acenar um olá.
Se tivessemos pela frente três ou quatro dias, uma semana ou um mês desligados de tudo, não saberíamos o que fazer. Até arranjar pensamentos profundos para fazer durante uma hora não é fácil. Já estaríamos a programar coisas ou a pensar em acontecimentos passados. E o presente? Onde posso estar e como me posso encontrar? Desejo tanto poder ter um espaço em que respire ar puro sem me perguntar de onde sopra o vento. E não posso ter medo desse espaço.
3 comentários:
é muito bom, mas lá que assusta, assusta!
beijinhos
O silêncio perturba almas inquietas... só acalma quando o presente é certo.
Bjinhos
Há um livro chamado "Silêncio: uma pedagogia da vontade", de Germán Doig Klinge. Li esse livro no final da adolescência, e para mim foi muito importante.
Creio que é necessário aprender a fazer silêncio em nosso cotidiano, até mesmo para compreender bem aquilo que nos circunda.
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