Li ontem um fragmento de um texto, feito por um padre italiano, que diz mais ou menos isto:
"Piazza Venezia. 12.31h. Um jovem acabado de cair do planeta adolescência está parado no passeio, junto à estrada, com o volume do Ipod no máximo. Nas mãos o telemóvel já quente de tantas mensagens que não acabam de chegar. Olha para o visor, sem se dar conta de nada. Chega o 64. O motorista apita, zanga-se. Pára junto dele. A meu lado, uma senhora de idade diz-me: São os novos surdos"
Uma vez experimentei ir a ouvir música enquanto caminhava. Parecia que assistia ao que estava à minha volta como se fosse um filme. E muito bonito. Mas foi estranho, porque eu via de fora o que acontecia à minha volta... talvez por isso não voltei a repetir.
O isolamento que o ruído faz esconde o silêncio de tocar o mundo à minha volta. Gostaria de aproveitar melhor os dias que me são dados viver, e chegar ao fim de cada dia com a alegria de cheiros e cores autênticas, quando não ficou nada de bonito por fazer. A atenção ao mundo à minha volta é um desafio para o agradecimento. E a melhor forma de o fazer é cuidar do que tenho e do que me acontece, com a força de olhar para além do real, com a luz de ter sido privilegiado em poder assumir tudo com simplicidade e maravilha.
"Piazza Venezia. 12.31h. Um jovem acabado de cair do planeta adolescência está parado no passeio, junto à estrada, com o volume do Ipod no máximo. Nas mãos o telemóvel já quente de tantas mensagens que não acabam de chegar. Olha para o visor, sem se dar conta de nada. Chega o 64. O motorista apita, zanga-se. Pára junto dele. A meu lado, uma senhora de idade diz-me: São os novos surdos"
Uma vez experimentei ir a ouvir música enquanto caminhava. Parecia que assistia ao que estava à minha volta como se fosse um filme. E muito bonito. Mas foi estranho, porque eu via de fora o que acontecia à minha volta... talvez por isso não voltei a repetir.
O isolamento que o ruído faz esconde o silêncio de tocar o mundo à minha volta. Gostaria de aproveitar melhor os dias que me são dados viver, e chegar ao fim de cada dia com a alegria de cheiros e cores autênticas, quando não ficou nada de bonito por fazer. A atenção ao mundo à minha volta é um desafio para o agradecimento. E a melhor forma de o fazer é cuidar do que tenho e do que me acontece, com a força de olhar para além do real, com a luz de ter sido privilegiado em poder assumir tudo com simplicidade e maravilha.
4 comentários:
Novos surdos.
È pura verdade, assistimos em toda a parte aos novos surdos, como se quisessem fugir do que é a realidade, como se o isolamento fosse a sua maior e mais importante companhia.
È preocupante, mas costumo dizer em tom de brincadeira, são os robts ambulantes.
R.I.
Eu achei bem legal teu texto e concordo plenamente sobre os novos surdos e tudo mais .
Gostei muito daqui e provavelmente irei voltar ...
Bjus e Boa Semana !!
Ola Rosa e Anelise! Obrigado pelas vossas visitas! É um sintoma curioso este fenómeno dos novos tipos de surdez... se por um lado, temos a capacidade de reparar nisso, por outro temos também a responsabilidade de estar mais atentos e despertar atenção à nossa volta,para que o mundo seja mais vivido e tocado, com a presença de Deus. Até breve!
=)
sim! não me sinto encaixar nesses novos surdos, felizmente, se bem que às vezes sabe bem andar por sítios mais "desertos" e deixar que alguma música acompanhe... acho que a praia deserta chama a alguma sonoridade, de vez enquando!
Mas nada melhor que a banda sonora de uma rua movimentada...com caras novas, sorrisos, correrias apressadas, ... a típica movimentação!
a realidade nunca foge... pode ficar surda perante os olhos de quem não ouve ou...não quer ouvir*
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