14 abril 2007

Coisas pequenas


Quando a Vida regressa às horas normais, em que os corredores da casa e as pedras da rua dizem de novo bom dia aos passos-de-cada-dia. Sair da rotina como se fosse possível viver uma realidade diferente. No fim de contas, há cores e sons de todos os dias.

O que me maravilha nas crianças é que elas não conseguem fazer repetições. Se algo é já conhecido, a fantasia entra no Mundo. Constroem-se histórias a partir de um lápis, uma folha de árvore, ou uma pedra que brilha.

Os meus brinquedos nunca ficavam arrumados na estante. Cada dia tinham uma missão nova, muitas vezes iam salvar o mundo. Quando cresci, ficaram a fazer parte do museu da nostalgia, quando os vejo no quarto de casa dos meus pais.

Os gestos meus de cada dia são esta vontade de querer ser pequeno, sem ser diminuído nem nos horizontes nem nas possibilidades de amar. O mundo de cada dia é todo o Universo do que se pode ser e fazer, quando se decide simplesmente ser eternamente criativo.

2 comentários:

J disse...

António,

Li o teu texto e recordei as brincadeiras do faz de conta, de olhar para as coisas sem horizontes, da imaginação, da criatividade, da liberdade de pensamento das crianças, mas principalmente da enorme simplicidade.

Um grande beijinho em Cristo

J disse...

Esqueci me de te dizer, que adoro a imagem que colocaste!

 

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