26 maio 2010

Procura


Procurar exige movimento. Por dentro, somos tocados pelo desejo, que nos faz cair na conta de espaços vazios que temos necessidade de preencher. Procuramos muitas coisas, alcançar metas, virtudes nos outros, coisas que nos fazem falta. No fundo, acredito que estamos constantemente à procura de algo.

Faz parte de nós sermos incompletos, mesmo quando atingimos êxtases de realização ou quando nos deparamos com a nossa cara-metade. Vivemos, por isso, em constante sensação de ter já conseguido e ainda faltar algo. Isso não quer dizer que tenhamos desejos insaciáveis, simplesmente somos abertos ao mundo e à história do que nos acontece.

Cada dia nos traz qualquer coisa mais completa, crescemos de forma invisível, mesmo quando perdemos algo ou nos perdemos. Por vezes, é saudável percebermo-nos como não tendo tudo. Aliás, quem pensa que tem tudo, já não vive com surpresa.

2 comentários:

Clara Margaça disse...

Como me vi em cada palavra tua, António.
O bom mesmo é viver-se incomodado e não... acomodado.

Um beijinho de saudades para ti* =)

Lídia disse...

O sentido da Vida está nessa busca constante da Felicidade. Nada é assumido humanamente, pois isso levar-nos-ia a um marasmo estático que impedia o crescimento, então, sem saber, estamos sempre à procura/espera do surpreendente. E, como tal, essa esperança tem um nome Amor, é isso que nos transforma, e é o que nos dá vida.

Tudo de bom para si.
Beijinho
Lídia

 

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