Acabei de chegar há pouco a casa e pus-me a pensar numa coisa que acabei de ver, por baixo de uma galeria, por onde passava com alguns companheiros. Num canto, estava um grupo de pessoas, emigrantes em Itália, de cócoras e, no meio delas um cartão grande no chão onde punham e passavam rapidamente algumas notas e moedas entre eles. Era um jogo a dinheiro e enquanto o faziam, olhavam para todos os lados, para não serem apanhados... enfim, infelizmente, isto acaba por se ver muitas vezes, e nem posso julgar quem já de si tem tantas dificuldades na vida, e tem que andar a vender coisas pelas ruas e depois, tentar ganhar mais algum...
Mas o facto é que pareciam crianças, foi assim a primeira impressão que tive, um jogo de esconde-esconde, cuidado que vem lá o professor... E numa aparência de jogo infantil, jogavam-se coisas muito sérias... e tristes.
E tantas vezes na nossa vida não estamos atentos à seriedade que pomos naquilo que fazemos. Fazer da Vida um deixar passar, não se preocupar muito. Não quer dizer que sejamos pessoas sizudas todo o tempo, aliás, isso é o contrário de uma seriedade profunda. É uma alegria que tem cores de entrega, um saber o que temos entre mãos e o querer fazê-lo brilhar, todos os dias. E vida pode ser um jogo, e sério, mas não vale a pena esconder o que fazemos, aos outros ou a nós mesmos.
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