17 fevereiro 2008

Os lugares do pensamento



Vou onde quero, num segundo percorro o mundo. Poder estar em paisagens exóticas, onde cores e perfumes fazem parte de mim e, de repente, encontrar-me só no meio do mar. Depois paisagem ruidosa de carros e pessoas.

Os cartazes da publicidade são atractivos, custa um silêncio de luz de velas e uma imagem à minha frente que me diz para parar. Sou este mundo confuso de sentidos e apelos, palavras que passam depressa, para não me deixar encontrar numa única, sempre a mesma...

Se houvesse um som que me dissesse totalmente e decidisse parar de ser outra coisa que não um carro a alta velocidade que passa por entre as montanhas da lua. Impossibilidade que me faz, esta capacidade grandiosa de poder ser tudo.

Mas o que quero é uma unidade, integridade, solidão completa, a flor perdida entre a areia... colhida e levada a decorar os altares de todas as casas.

7 comentários:

Anónimo disse...

Na impossibilidade de...e de... resta-nos essa capacidade de, em segundos, percorrermos o mundo e de o fazer belo de pessoas com as cores e perfumes ao nosso gosto


R.I.

Di disse...

O que escreves faz-me voar...e ver cores quando o dia é cinzento.

Beijinhos***

Anónimo disse...

E essa vontade íntima de recolher o Belo Amor numa entrega - oferta que se estende ao Todo Humano. Ser nEle. numa comunhão em LIBERDADE transfiguradora.

Anónimo disse...

"Mas o que quero é uma unidade, integridade, solidão completa..." E que nunca deixes de escrever, porque há sempre qualquer coisa que me convida a transcender.

Anónimo disse...

Acréscimo: Essa Babilónia apelativa, no desnorte dos sentidos, corrida inexorável de nós em nós, nas imagens e palavras esgotantes, coloca-O no centro da minha aspiração - subir ao Monte.

Anónimo disse...

Qual a relutância em se dizer a palavra, a mesma, a única?
Abel

António Valério,sj disse...

Obrigado pelos comentários! É mesmo verdade que a velocidade nos faz desejar parar... o silêncio faz uma parte de nós muito verdadeira. Quanto à sua pergunta Abel, acho que é muito decisiva. Há uma certa relutância em dizer a nossa última palavra, porque não é fácil fazer com que Deus nos diga a nossa verdade mais profunda. Dizer que é Deus, ou que é o Amor tem tanto de verdadeiro como de misterioso e, por isso, não é fácil concretizar. Acredito que Deus nos fala pessoalmente e a palavra deve ter um eco na nossa Vida. E também há o medo de a ouvir, porque, se a assumo, também assumo as consequências e isso desinstala... mas é a nossa autenticidade que está em jogo. Abraço!

 

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