Perguntamo-nos muitas vezes sobre a forma de ter qualidade de vida. Associamos qualidade ao bem estar, a que tudo nos corra bem e não nos falte nada. É bastante redutor fazer equivaler qualidade de vida com uma vida calma e sem problemas. Temos, aliás, a experiência que muito raramente vivemos momentos em que parece que está tudo arrumado.
A qualidade de vida tem mais a ver com atitudes de fundo e criação de espaços de gestão dos acontecimentos. Passa por aceitar e querer tirar de tudo oportunidades de viver bem, e viver o bem de cada momento. Mesmo que não seja óbvio. Uma das dificuldades principais em viver com optimismo é não conseguirmos ter tempo e disponibilidade para nos distanciar das coisas, não as ver como monstros e ameaças, mas como aquilo que é: a vida que me é dada viver. E se é dada, é dom.
Este espaço equivale ao silêncio, para quem acredita, à oração. Se há decisões importantes em relação à qualidade da nossa vida, sem tomar esta decisão do silêncio, as outras mais importantes ficam radicalmente diminuídas.
PS: Esta reflexão é feita a propósito de uma grande conversa no CAB com a Rita Negrão. Obrigado! :)
1 comentários:
Silêncio e oração, usou estes termos, que para mim servem de base, para atingir o nível de profundidade que me permite disponibilidade de escuta e coração liberto ao acolhimento. De facto, se não acolher não consigo nem tenho capacidade de "ter qualidade de vida". E, nestas últimas semanas, Deus pôs-me a toda a prova, como também me deu a oportunidade de disfrutar da VIDA, mesmo estando debilitada e cheia de limitações. Mas, é assim, que Lhe dou graças por me ajudar a crescer e perceber que a Vida é muito mais do que aquilo que pensamos. Ter qualidade de vida é simples, é ir mais além de nós mesmos.
Beijinhos
Lídia
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