Somos constantemente confrontados com perguntas: isto será bom? o que significa? porque aconteceu? E tantas outras... Fazer perguntas é andar além do mundo que nos rodeia. Desde pequenos, que nos recordamos que os nossos pais tinham que responder a tantas perguntas feitas por nós. Quem pergunta quer saber o que se esconde para além do já conhecido, é uma espécie de aventura no mundo da ausência.
E, pouco a pouco, aquilo que nos rodeia toma forma, faz parte de nós e da nossa história. Um dia seremos nós a responder àquilo que um dia perguntamos. A ausência fez-se uma presença na nossa Vida e, por isso, podemos comunicá-la.
Há, porém as perguntas que nunca gostaríamos de um dia vir a fazer, as que têm a ver com o porquê dos nossos limites, e a experiência da nossa fragilidade. A ausência é ainda maior e é difícil encontrar presença e consolação em zonas escuras de nós. Talvez haja um caminho possível, procurarmos ser nós a habitar esta ausência, e deixá-la falar.
Talvez aí a dor possa falar de paciência e compreensão, a mágoa possa falar de perdão e o limite possa falar de esperança e realização além de todas as surpresas.