17 novembro 2010

Curiosidade

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Estamos constantemente em passagens para coisas desconhecidas. Se nos dermos conta, quando vemos o nosso dia, as coisas nunca correm como o previsto. Um telefonema, alguém que encontramos na rua, uma mensagem no mail... coisas que acrescentam vida ao que estava previsto.

É muito bonito pensar como cada dia tem a sua parte - e muito maior do que pensamos - de coisas surpreendentes. E o mais engraçado é que não são coisas muito espectaculares, são gestos, toques, pequenas decisões que fazem que um dia nunca seja igual ao outro.

Podemos ser curiosos daquilo que nos está para acontecer, daqui a uma hora, até daqui a um minuto... no fundo, não é preciso vivermos a controlar tudo, acabamos por não nos deixar surpreender.


16 novembro 2010

Estar

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Os ritmos sucedem-se demasiado rapidamente. Sente-se uma nostalgia própria de dias de sol, frios e sem nuvens. Com cores e cheiros de campo. Ritmos marcados pelo som dos sinos de uma torre distante. Passei por várias paisagens dos últimos tempos sem encontrar verdadeiramente um lugar onde pudesse descansar.

O que queremos e aquilo que fazemos por vezes não coincide. É estranho quando deixamos que isto se torne normal e acabamos por passar rapidamente em muitos lugares sem poder parar em nenhum deles. E pergunto-me: será apenas falta de tempo? Não será antes falta de desejo de estar sem pensar demasiado em compromissos mais ou menos impostos?

Há algo grandioso no meio de tudo isto. Chega um dia em que nos damos conta que vivemos mergulhados em contínuas oportunidades de ter nas mãos a força daquilo que nos acontece. A diferença entre o estar e o estar bem passa muito por sermos mais ou menos aquilo que nos acontece. Ser mais... e depois o resto irá acontecendo. Não te preocupes...

15 novembro 2010

Anos!

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Foi isto que encontrei quando abri esta manhã a janela do meu quarto! :)

Não podia deixar de escrever hoje, que sempre considero o dia de aniversário um dia muito feliz, mesmo que me custe sempre um bocado estar no centro das atenções!

Tirando aquele embaraço de não saber o que fazer enquanto cantam os parabéns (!), vivo um dia como o de hoje com a serenidade dos outros. Mas uma serenidade que tem um sabor de surpresa, amizade, e sobretudo agradecimento. 

Ficamos mais sensíveis a coisas muito essenciais, que é o facto de vivermos, já termos feito tanto caminho, perceber que ainda está tanto ali à frente por viver. É uma responsabilidade sentir as consolações. Obrigatoriamente, o entusiasmo lança-nos, faz querer ser mais, corresponder a tanto que nos é dado. Sentimo-nos preciosos. Mas não é apenas sentir, é ver que as coisas são mesmo assim.

07 novembro 2010

Voltar

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E amanhã regresso a Roma para uma semana! Vou para uma reunião de trabalho de alguns dias, ligado ao Apostolado da Oração. Ainda não passou muito tempo desde o regresso, mas é uma oportunidade que me enche de alegria, ainda nem deu tempo para sentir aquela nostalgia dos lugares fundamentais.

Uma viagem é sempre uma oportunidade de encontrar coisas novas, mesmo voltando aos mesmos sítios. Somos construídos também a partir de espaços. Porque um espaço é um lugar onde acontecem tantas coisas, sozinho ou com outras pessoas. Espaços são também relações e experiências de entrega e desafio.

É tão importante regressar a lugares importantes, porque nos recordam inspirações passadas com as quais nos continuamos a comprometer. São espaços de Vida e promessa. No fundo, o estar com qualidade joga-se entre memória e desejo de continuar assente em algo que teve significado. Roma é este espaço na minha vida, tal como muitos outros na nossa vida que se impõem como vontade de acertar. Viajar, regressar e partir completam-se muito.

04 novembro 2010

Qualidade

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Perguntamo-nos muitas vezes sobre a forma de ter qualidade de vida. Associamos qualidade ao bem estar, a que tudo nos corra bem e não nos falte nada. É bastante redutor fazer equivaler qualidade de vida com uma vida calma e sem problemas. Temos, aliás, a experiência que muito raramente vivemos momentos em que parece que está tudo arrumado.

A qualidade de vida tem mais a ver com atitudes de fundo e criação de espaços de gestão dos acontecimentos. Passa por aceitar e querer tirar de tudo oportunidades de viver bem, e viver o bem de cada momento. Mesmo que não seja óbvio. Uma das dificuldades principais em viver com optimismo é não conseguirmos ter tempo e disponibilidade para nos distanciar das coisas, não as ver como monstros e ameaças, mas como aquilo que é: a vida que me é dada viver. E se é dada, é dom.

Este espaço equivale ao silêncio, para quem acredita, à oração. Se há decisões importantes em relação à qualidade da nossa vida, sem tomar esta decisão do silêncio, as outras mais importantes ficam radicalmente diminuídas.

PS: Esta reflexão é feita a propósito de uma grande conversa no CAB com a Rita Negrão. Obrigado! :)

 

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