31 maio 2009

Crescer na alegria

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Pergunto-me muitas vezes o que é que tenho para dar de mim ao mundo e aos outros. Os nossos planos de futuro são tantas vezes inspirados em modelos, de pessoas e realizações, de estados que até uma dia chegámos a perceber serem nossos. É bom ter planos concretos, para evitar que percamos o tempo a ter ideias geniais, quando depois percebemos que alguém já as pensou.

Porém, temos uma sede de orginalidade, uma espécie de genialidade insubstituível, que temos dificuldade em dar corpo. Por passarmos os nossos dias a fazer as coisas de sempre e vamos deixando que o tempo tome conta de nós e vamos cumprindo compromissos.

A nossa ideia de alegria terá de nascer de um bem-estar a partir do presente, que não é ausência de problemas e preocupações, mas um estar-bem no que agora somos e temos. Não podemos construir apenas em ideias, temos um terreno fértil ao quel não damos a importância devida. E devíamos dar toda a importância porque é certamente o melhor terreno que somos: a nossa alegria de hoje.

30 maio 2009

Vem Espírito

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Somos Beleza, força, coragem. Precisamos de um espaço da alma onde reconheçamos aquilo que nos constitui no mais fundo. Aquilo que ultrapassa as nossas perplexidades e os nossos cansaços. Vivemos contantemente à procura de um espaço perdido onde já habitámos plenamente, mas que ainda não nos habituámos à ideia de que a Vida mudou, e que não somos as mesmas pessoas.

Pensamos muitas vezes que já fomos melhores, mais inocentes, mais empenhados em qualquer coisa de bom e que agora nos vamos arrastando em rotinas que não têm nada de novo e nos fazem olhar para o futuro com desconfiança... e medo.

Creio que a origem de muitos dos nossos pequenos dramas está no facto que não sabemos aceitar o limite como oportunidade de coragem e mudança. Que esperamos demasiado de nós próprios e não contamos com Deus. E não O deixamos fazer tudo o que quer, ou ser Tudo em nós. Ou, ao menos, percebermos que Ele já é tudo em nós, desde o Princípio, até ao Fim.

É por isso que a Festa do Espírito Santo não é pedir só uma vinda, mas um conhecimento. É uma festa da Verdade e da Alegria, uma festa em que acreditamos porque somos sempre acreditados. Sim, Alguém acredita muito em nós, mesmo que pareça impossível que isso possa acontecer. Mas acontece.

27 maio 2009

Paragem

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Estes dias tenho andado a fazer uma maratona para terminar os trabalhos que tenho que fazer antes de começar os exames, na próxima semana. Não me está a deixar muito confortável, já que prefiro sempre fazer as coisas com alguma calma, sem ter de estar a fazer só para cumprir prazos e calendários.

Porque parece que a pressa não faz sair as coisas desde dentro e sinto-me demasiado prático.


Por outro lado, fiquei contente por me dar conta disso, acho que é bom percebermos que aquilo que fazemos tem origem numa intenção e que serve algum objectivo para além de uma nota, um ordenado ou um resultado concreto. Serve a construir algo novo, que seja meu, e uma dádiva ao mundo.


Aquilo que fazemos é uma marca nossa, que ninguém faria no nosso lugar. E isso é óptimo! Por isso, antes de começarmos a criar cada coisa, mesmo os acontecimentos banais, podemos parar e ver o que vai nascer. Pode dar muito sentido ao que acontece, e não somos arrastados pela eficácia, mas contruídos no dom.

24 maio 2009

Ascensão

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Hoje é a festa da Ascensão. Quarenta dias depois da Ressurreição, Jesus subiu ao céu, para esta Presença que hoje vivemos enquanto cristãos. Começou assim o modo de nos relacionarmos com Ele. Não vou entrar tanto nas questões de como subiu ao céu, ou como é que os discípulos tiveram essa experiência, mas vou referir-me mais ao sentido que vejo que este acontecimento pode trazer nas nossas vidas.

Um Deus que assumiu inteiramente a nossa condição humana, em todas as dimensões de alegria, missão, amizade, sofrimento, incompreensão e morte, mostra-nos que a nossa Vida é algo tão precioso que nunca poderá acabar. Tudo o que somos é tão importante que continua para além das fronteiras do espaço e do tempo, com toda a energia de Amor que nos move de forma purificada, autêntica e plena.

A ascensão é o regresso transformado de Jesus, que nos deixa um desafio muito concreto. A partir de agora, a nossa Vida que é feita de carne e luz, poeira e mar, deve ser vivida toda inteira. O céu não se separa da terra, já que o Homem-Deus continua vivo e fala-nos de muitos modos. Por isso, não temos distinção entre tempos sagrados e profanos, relações que nos levem ao bem, ou nos levam ao mal. Somos desafiados a viver na claridade, e a experimentar o céu de que fazemos parte. Com a sua beleza e a sua exigência, mas nada que seja verdadeiramente precioso é um peso difícil de levar.

23 maio 2009

Grande e pequeno

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Hoje apetece-me mesmo rever ese filme, "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain". É um dos meus filmes favoritos e toca-me sempre por muitas razões. Especialmente o poder viver e olhar coisas pequenas com olhos simples e que desejam mudar tudo para bem. Uma surpresa trazida a cada dia. Faz-me bem pensar nisto! =)


21 maio 2009

Tristeza

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Não consigo ficar indiferente à notícia que hoje foi divulgada dos abusos sexuais feitos em várias instituições católicas da Irlanda, entre os anos 30 e 90. Em Março, o Arcebispo de Dublin já tinha alertado para o choque que este relatório iria causar e que, mesmo assim, eram situações que tinham que ser trazidas à luz.


Sinto uma profunda tristeza pela dimensão destes abusos, e creio que nem vale a pena argumentar factos que possam tirar algum peso ao que aconteceu, como o facto de ser uma parte relativamente pequena comparada com o número de crianças e jovens que receberam uma educação boa e humana por parte destas instituições, ou que não eram apenas os religiosos que o faziam, ou que nesses anos alguns tipos de castigos físicos eram considerados normais. São duas mil crianças, mas bastaria uma...


Choca-me o silêncio que se faz quando acontecem estas situações, choca-me ainda mais o facto de alguém que entrega a Vida a Deus e ao serviço dos mais pobres possa fazer algo assim. Revolta-me que estas coisas aconteçam, custa-me aceitar que a Igreja em que vivo e dou a vida tenha também este lado. Não me sinto no direito de julgar ninguém, eu próprio tenho as minhas fragilidades e rezo todos os dias, pedindo para ser melhor, mas o facto de serem tantos revela algo que não está bem.


Nem creio que seja só um problema que os padres não conseguem viver a castidade. Estes casos apontam para uma situação de falta de identidade e integralidade muito mais profundas. É um deixar cair a própria humanidade no mais fundo, perder referências básicas, estar completamente desorientado.


Tenho reflectido muito que tudo isto são sintomas de uma falta de identificação do clero com o seu estatuto e a sua missão. Nos anos a que se referem estes abusos, e hoje ainda mais, o contexto requer que um padre tenha uma consciência muito mais iluminada daquilo que quer e do que Deus lhe pede, que a vocação nasça de uma alegria enorme e a toda a prova, que Deus seja verdadeiramente tudo, unicamente tudo, porque hoje é muito fácil ter tudo...


O que fazer? Rezar por quem sofreu assim, por quem fez isto, mas sobretudo conseguir ser cada dia melhor cristão e melhor jesuíta. Podem ter a certeza, isto acordou-me para a responsabilidade que tenho de ser mais santo, e mais eu próprio... magoamos muito o mundo com a nossa falta de verdade.



20 maio 2009

Reconciliação

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Tenho-me dado conta que uma das coisas que causa mais dano a nós e às nossas relações é o facto de não termos a capacidade de reconhecer caminhos mal feitos e não termos tido, um dia, a coragem de reconhecer algo importante que não quisemos ou pudemos fazer. Uma grande parte desta falta de reconhecimento faz-se através de mal-entendidos.

Quando algo não é claro, vamos-nos convencendo de que é impossível que a culpa esteja só em nós, ou então, que somos os únicos responsáveis por algo menos bom que aconteceu. Como em tudo, na Vida, é preciso perceber o que acontece dentro de um olhar maior.


Normalmente, as falhas que nos fazem sofrer mais têm relação com algo que é muito importante. Sentimos que não somos verdadeiros em relação a nós ou aos outros. E, por isso,precisamos de uma palavra humilde e corajosa ao mesmo tempo, de dizer: desculpa, de pedir força para ser maior e melhor, de nos deixarmos levar pelo mais positivo que temos, esta energia enorme de poder dizer que se ama alguém.


13 maio 2009

Intimidade

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Todos temos os nossos segredos, um santuário onde a nossa consciência se encontra ou se esconde. Há coisas em nós que gostamos muito e temos pouca coragem de as fazer brilhar, talvez por não lhes darmos o valor que têm. Há coisas que confrontamos diariamente e não percebemos, gostaríamos de um gesto genial que as resolvesse e afastasse.

Mas somos assim, luz e sombra, desejo e desistência, vôo e medo. Não somos nada diferentes do mundo que habitamos, capazes de sorrir e chorar ao mesmo tempo sem podermos esclarecer tudo. O coração fala de um modo lento e pouco preciso. É por isso que temos pouca paciência connosco. Estamos entre imagens do que fomos e outras do que queremos vir a ser, sem tocar a pedra, cor, letra e som que nos faz hoje.

A capacidade de agradecer, aceitar, perdoar e ser humilde é a nossa maior grandiosidade. Goatamos de nós na medida em que acreditamos no que somos, sem nos escondermos. Sem sermos mais, nem sermos menos. Talvez seja esta a simplicidade que se oferece só porque sim, não tem nada a dizer além de uma alma generosa e que quer crescer em perfeição e bondade. Somos assim, e temos de acreditar todos os dias nisso.

12 maio 2009

A clonagem

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(sugestão de Nélson Ramires Faria)


Retomo estes dias a reflexão acerca de alguns temas que têm sido propostos. A clonagem é um dos temas de fronteira, que ainda se encontra em fase de desenvolvimento. Tenho alguma dificuldade em me referir a alguns aspectos da clonagem, principalmente porque não é a minha área de formação e não sou especialista nos procedimentos técnicos e na linguagem mais correcta a ser usada.

Por isso, aquilo de que parto é do que estudei nas aulas acerca da sua legitimidade ética e moral, e que impacto pode ter no nosso modo de ver e entender o ser humano, quer a nível cristão, quer a nível pessoal, independentemente dos temas religiosos, já que entendo que a pessoa humana tem um valor acima de qualquer visão particular.

A Igreja tem vindo a pronunciar-se sobre estes temas, e o organismo onde se reflectem estas questões é a Congregação para a Doutrina da Fé. Os documentos produzidos por esta Congregação estão disponíveis online e podem ser consultados por quem quiser. Gostaria de dizer que, quando se comentam as posições da Igreja, há já uma certa vontade de criticar sem ouvir os argumentos. Uma forma saudável de diálogo é ouvir e tentar perceber a outra parte, e creio que ler primeiro os argumentos propostos é o primeiro passo para uma discussão aberta e intelectualmente honesta.

Não quero dizer que também da parte de alguns sectores ou pessoas dentro da Igreja esta atitude esteja sempre presente, mas quer de uma parte, quer de outra, deve existir um equilíbrio saudável que se tem sempre de buscar, medos que se têm de perder, não partir de frases feitas e preconceitos infundados, mas partir do concreto e do desejo de fazer aumentar as coisas que são essenciais e positivas.

Nestas questões de bioética está presente o tema fundamental da dignidade da pessoa humana e do seu valor inquestionável. A base de qualquer discussão é aquilo que se entende por pessoa humana, e sem chegar a um acordo mínimo sobre este aspecto, as opiniões serão sempre divergentes. Quanto a isto, sigo fundamentalmente aquilo que a Igreja afirma, não só por ser a minha fé, mas principalmente, porque na minha liberdade e procura intelectual, vejo que é a forma que defende melhor os valores em que acredito.

Que a pessoa humana é única e tem um valor inquestionável em si mesma, independentemente da sua situação cultural, económica, de saúde, origem, etc. Sendo mais concreto, se a minha Vida é a coisa mais sagrada para mim, bem como a Vida dos meus familiares e amigos, não posso ter o direito nem a pretensão de achar que outras vidas, muito distantes e que surgem em contextos muito diferentes, merecem menos do que eu acho que mereço.

Como ponto de partida, sugiro a leitura do documento da Congregação para a Doutrina da fé, onde estão descritos os pressupostos e apresentadas as considerações acerca dos vários temas de bioética, incuindo a clonagem. Este documento é feito com a ajuda de técnicos especializados e usam uma linguagem científica com a qual não estou muito familiarizado, mas fico contente que assim seja, porque numa discussão deste género é preciso partir daquilo que acontece.

Não vou acrescentar muito mais àquilo que poderá ser lido, mas faço um pequeno resumo: a clonagem é "a reprodução assexual e agâmica do inteiro organismo humano, com o objectivo de produzir uma ou mais «cópias» do ponto de vista genético substancialmente idênticas ao único progenitor". Esta pode assumir duas formas: a clonagem com fim reprodutivo, e a clonagem com fim terapêutico ou de investigação.

A clonagem com fim reprodutivo é eticamente ilícita, porque dá origem a um novo ser humano sem referência ao contexto da procriação entre duas pessoas. É originar uma pessoa a partir de uma outra, sem a riqueza que está presente na união de duas vidas diferentes. Além disso, é um ser humano com um património genético que é uma cópia de outro e, por isso, não é algo único. No meu entender, creio não ser bom que uma pessoa seja privada da sua individualidade e originalidade genética, aquilo que biologicamente a faz única no mundo.

A clonagem com fim terapêutico é eticamente ilícita, e considerada mais grave, porque coloca uma vida humana como meio e não como fim. Consiste em criar um embrião que seja usado para um fim terapêutico numa outra pessoa doente e que depois seja destruído. Uma pessoa humana não pode ser usada desta forma, mesmo que seja com a finalidade de curar outra pessoa...

Ainda em fase de investigação estão as novas técnicas, que são apresentadas como sendo capazes de produzir células estaminais de tipo embrionário, sem, porém, pressupor a destruição dos verdadeiros embriões humanos. Ainda não se fez nenhum pronunciamento sobre este aspecto, por ser ainda uma questão muito recente. Não está ainda definido se estas células estaminais podem ser consideradas ou não um ser humano. Enquanto isso não é claro, é um procedimento que convém ter muita prudência, para evitar o que acontece na clonagem com fins terapêuticos.

São estas as linhas gerais deste tema, e fica a proposta de reflexão pessoal, sobre aquilo que para nós é a pessoa humana e a sua origem, e se o facto de ser única e irrepetível é um aspecto que nunca deve ser posto em questão. Se querer ter filhos a qualquer custo, ou querer ser curado de uma doença justifica o uso destas técnicas.

10 maio 2009

Acreditar

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Estes dias em Roma foram muito especiais, pela presença de alguns amigos que vieram visitar. Não me canso de admirar esta Cidade e visitá-la em ritmo de turismo, mesmo dormindo menos e andando muito, é uma oportunidade de re-visitar locais e Belezas que na vida normal não acontece.


Tudo isto me faz acreditar em duas coisas. Que é uma maravilha aquilo que podemos fazer, como a História e as nossas próprias histórias podem marcar tantas pessoas, criar monumentos, serem fascinantes. Acreditamos muitas vezes que não somos capazes da genialidade que outros manifestaram. E porque não seremos? Se temos um coração que quer ser bom e trazer felicidade ao mundo, de forma livre, desprendida e leve... nada nos pode impedir de sermos verdadeiramente artistas de novidades nunca vistas.


E a outra maravilha é poder encontrar amizades, saborear presenças em coisas simples e quotidianas. Precisamos uns dos outros, fazem-nos completos, desafiam-nos a sermos cada vez mais nós próprios. São tesouros que trocamos, e a melhor forma de trocar é entregar e sorrir por causa disso.

05 maio 2009

Livre

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Hoje choveu e fez trovoada em Roma, depois de uma manhã de sol e agora está o céu completamente azul e uma luz brilhante e dourada. Fascinam-me as cores desta Cidade. Isto acontece muitas vezes e quando chove assim, fico contente à espera do momento em que tudo termina e o ar fica leve e luminoso. ;)

Por vezes, estamos demasiado centrados num presente que nos obriga a estar protegidos do futuro, com medo de arriscar, de dar passos maiores, de ousar uma felicidade diferente. No fim de tudo, ser livre.

Vamos fazendo tantas conquistas sem nunca estarmos satisfeitos, faz parte de nós andar para a frente e para trás, oscilar entre sonhos e preguiças. O medo existe e o desconforto que causa é muito real. Acredito que um medo chuvoso é uma oportunidade para ter coragem e ser livre, deixar brilhar aquilo que sabemos que somos e não nos deixarmos ficar pequenos em coisas que não vale mesmo a pena preocuparmo-nos.

03 maio 2009

Dia da Mãe

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Num dia como o de hoje, o coração fica cheio de sentimentos grandes e bonitos. Temos o dom de termos nascido a partir de uma Vida, que começa entre duas pessoas, mas depois, é um longo crescer e viver na intimidade. É um mistério tão bonito, o da Vida que surge e depois aparece naquilo que sou.

A minha experiência de ser filho é uma história com tantos episódios pequeninos de paciência, atenção, dedicação, respeito, e também de algumas vezes não termos estado de acordo ou sentido coisas de forma diferente. O que, no fundo, não interessa muito, hoje sinto-me um privilegiado pela mãe que tenho, e que se chama Maria de Fátima. =)

A Mãe é uma presença que se exercita na ausência, numa espécie de desaparecer e dar lugar. Talvez seja esse o segredo, de como um filho está em primeiro lugar, em relação ao conforto, aos desejos e às comodidades pessoais. Tudo se faz para haja felicidade e bem para alguém. É tão instintivo, tão natural, e, ao mesmo tempo, tão do céu. São os gestos da maior generosidade que experimento.

02 maio 2009

Promessa

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Esperamos os tempos de confirmação dos nossos desejos segundo a nossa medida. Isto em relação quer à espera, quer aos desejos. A espera é um tempo vazio e lento, custa-nos não ter tudo pronto e tudo resolvido. Pergunto-me muitas vezes se a nossa condição é viver entre o que sou e o que quero ser, e para onde balanço as minhas energias. Tendemos para o futuro, esquecendo a riqueza presente, ou ficamos no presente, pregiçosos de um tempo futuro. Vamos alternando espaços sem os preencher completamente.


O desejo é o que preenche o vazio de uma espera. E um é o desejo que se esgota no presente, como um copo de água que mata a sede. E outro é o desejo que me movimenta e faz ir mais além como reencontrar um abraço depois de meses. Precisamos de desejos para sairmos de nós e direcção a novidades nossas, sermos qualquer coisa diferente e autêntica aos nossos próprios olhos.


Já a promessa é a parte do desejo que não me pertence. É uma oferta e um dom. É a maior surpresa, porque nada de prometido acontece da maneira prevista. Se cada um dos nossos desejos, pequenos ou grandes, estivesse marcado por uma promessa de que a felicidade acontece, hoje e sempre, o meu dia estaria mais completo.

 

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