15 outubro 2006

Medos ancestrais

Ontem vivi algo estranho. Um momento pleno, mas que não consigo caracterizar, de grandeza e pequenez, de horizonte e angústia. Não sabia que se podiam experimentar duas coisas opostas ao mesmo tempo.

Por uma série de circunstâncias, dei por mim a cerca de 3000 de altura, com o sol a inundar-me e uma paisagem de montanhas e nuvens abaixo de onde eu estava, sem nenhuma presença humana, pessoas ou casas, para além de mim.

É um privilégio de Beleza e Imensidão. Não é que estivesse em perigo eminente de cair, mas a altura e os declives faziam sentir a sua força. E senti-me tão pequeno, a pensar que se algo corresse mal, a paisagem mais bonita que vi até hoje, seria ao mesmo tempo a última.

E hoje aindo estou a tentar perceber isto... que a Vida é tão grande como esta paisagem, ainda maior, até... e que na nossa humanidade somos também tão frágeis e tão pequenos.

Senti um medo que não era perigo e vertigem, era um medo mais fundo, de cair na existência sem sentido, de desaparecer simplesmente sem deixar marcas... de não ser mais que um minúsculo ponto no alto da Montanha.

E tenho a certeza que nenhum homem e nenhuma mulher é chamado a ser só esse ponto.

3 comentários:

Unknown disse...

:) e é um sentimento tão estranho...
Consolada e ao mesmo tempo,desafiada a não deixar de SER, cair no nada, sem sentido nem rumo. É estranho... já tive uma sensação semelhante! ;)

Anónimo disse...

e ter a coragem para dizer a mim mesmo tambem..."EU NÃO QUERO SER SÓ UM PONTO!!!"
obrigado, obrigado

Anónimo disse...

às xs, é difícil acreditar q podemos ser + do q esse ponto...é terrivel/ angustiante a solidão q se sente, dentro d nós, qd nos sentimos 1 zero à esquerda ainda q as evidências do q vivemos e algumas pessoas q nos rodeiam nos possam indicar precisa/ o contrário...

 

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